16 de jan. de 2015

Brasil na capa da ORIENTEERING WORLD

   Não foi por mero acaso que na capa da edição 2014 da Revista ORIENTEERING WORLD aparece uma foto de um orientista brasileiro na largada do revesamento do World Games, na Colombia. Primeiro porque estávamos lá presentes, sendo representados por Leandro Pasturiza e outros dedicados atletas. Segundo porque o Brasil tem sido destaque da orientação na América do Sul, no esforço de competir e organizar eventos. É claro que temos muito que desenvolver nessas duas áreas de nosso esporte, mas estejam certos que olhos de todo o mundo estarão atentos a nosso trabalho.







baixar no endereço:
http://orienteering.org/resources/publications/orienteering-world/

ou ver direto no endereço:
http://www.orienteering.org/edocker/orienteering-world/2014/

1 de jan. de 2015

Manual do Jovem Orientador - Dica nr 41


Dica no 41: Ouse ser um vencedor.

A segunda parte deste manual é dedicada aos orientistas que querem ser vencedores, seja para subir de categoria, enfrentando novos desafios ou competir na categoria elite. No manual escrito por Göran Andersson, técnico da equipe da Suécia por vários anos e consultor da equipe britânica, um dos capítulos tem o título “Ouse ser um vencedor”. O primeiro aspecto abordado é que ser um vencedor é uma escolha e um objetivo pessoal. 

Depois de respondida a pergunta principal – Por que ser um orientista? – vem a pergunta: O que quero fazer? O planejamento será de acordo com os objetivos. Quero ser um atleta de elite? Para desafios maiores é necessário mais treinamento e mais dedicação. O sucesso não vem por acaso. 

Um vencedor:
- Ama competir
- Tem alegria no que faz
- É modesto
- Tem a habilidade de pensar em novos caminhos
- Sabe quando algo vale todo seu esforço
- Entende a necessidade de experimentar algo real para dominá-lo
- Pensa no presente e no futuro
- Vê as possibilidades
- Tem autoconfiança
- Sabe que o sucesso leva ao sucesso
- Sabe que pode ter sucesso se quiser
- Sabe que o espírito de equipe cria uma atitude vencedora
- Sabe que compartilhar objetivos libera a energia para lutar
- Vê a luta como um desafio
- Sabe que tem que perseverar até a linha de chegada
- Sempre assume a responsabilidade por sua performance 
- Trabalha mais que um perdedor 

Além dessa lista, muitos atletas de sucesso têm mostrado a habilidade de observar tanto os pequenos detalhes quanto a visão geral, abordando a vida fora do esporte. Para ter uma performance ótima e atingir o sucesso é necessário considerar todos os fatores que podem afetar você e seu progresso rumo aos objetivos. Áreas não ligadas ao treinamento como saúde, família, trabalho, estudos, lazer e finanças têm muita influência sobre o esportista. Antes de gastar tempo planejando os detalhes de nosso programa de treinamento, é preciso considerar esses fatores, se temos um empregador que entende e apoia financeiramente nosso compromisso, se as pessoas de nosso convívio aceitam nosso compromisso como atleta. É necessário sentir-se bem, estar livre de lesões e em harmonia consigo mesmo e com tudo em volta, com uma plataforma sólida para resultados vitoriosos. Não podemos mudar nossa herança genética, mas podemos influenciar, mudar ou desenvolver muitos fatores em nosso meio-ambiente. A maioria dos atletas que chegam ao pódio em grandes competições pensam nessas coisas cuidadosamente. 

Os vitoriosos têm muitas coisas em comum. Anos de trabalho duro, incontáveis treinamentos locais, muitos finais de semana treinando em outras cidades e preparação cuidadosa que trazem o sucesso tão esperado. Quando o quadro geral está resolvido, é hora de incrementar com um plano detalhado para o treinamento geral e específico. Aí vêm várias perguntas: Que tipo de treinamento eu devo fazer? Quando eu vou treinar? Onde eu vou treinar? Como eu vou treinar? Com quem vou treinar? Quem irá me ajudar e apoiar financeiramente? 

No Brasil a maioria dos atletas da Elite são militares, em razão do apoio para treinamento e incentivo para competir. Mesmo assim as condições ainda não são ideais. Eu e outros atletas tivemos que enfrentar a oposição de alguns colegas e chefes que consideravam o serviço de manutenção mais importante que representar a Força em um campeonato esportivo. Muitos certamente tinham inveja de podermos viajar com certa frequência para treinar e competir, enquanto os demais raramente eram enviados para cursos ou outras missões. Eles não levavam em conta as diversas horas de treinamento fora do horário de expediente e nos finais de semana, priorizando mais o esporte que o aperfeiçoamento profissional. Eu deixei o interior de São Paulo e fui para o Rio de Janeiro por causa da falta de incentivo dos colegas, ao ver que somente conseguiria continuar trabalhando por vários anos com o esporte se fosse para a Comissão de Desportos da Aeronáutica. Assim continuei como atleta e cooperei com o esporte como mapeador e traçador de percursos por cerca de vinte anos, além de cumprir minhas tarefas administrativas e militares. 

Quando chegou o tempo de dar prioridade à minha família, ao ser promovido a oficial, pedi para ser transferido para uma organização militar em uma cidade diferente. Desisti de treinar para os Jogos Mundiais Militares porque não teria apoio para treinar em tempo integral, como aconteceu com os atletas do Exército e da Marinha. Em situação de apoio semelhante à minha, meu colega Fioravanti chegou a participar das seletivas por dois anos, mas como era convocado apenas para períodos curtos de treinamentos e competições, não conseguiu vaga na equipe brasileira, pois não podia acompanhar a evolução física dos atletas das outras Forças. Até para trabalhar nos Jogos, por necessidade de uma pessoa mediando a arbitragem da prova de orientação do pentatlo aeronáutico, eu tive que negociar com minha chefia e reduzir ao mínimo necessário meus afastamentos de sede.  

Cada pessoa precisa analisar as demandas da orientação e sua capacidade própria. Como está a orientação no presente? Como pode estar no futuro? Para o que preciso me preparar? Que capacidades possuo agora? O que preciso para vencer? 

Depois que essas questões forem respondidas, é relativamente fácil fazer um programa de treinamento personalizado que seja eficiente, variado e balanceado. O atleta trabalha com seu coração e tem forte motivação interna. Um caminho para fortalecer e aumentar o compromisso é trabalhar com esta visão geral e ajustar os objetivos.

Um vencedor deve ser diferente. Talvez você pode até dizer que o vencedor deve ser um pensador original. Vencedores não copiam seus rivais. Eles acham seu próprio caminho para o sucesso. Um vencedor se atreve a pensar diferente. 

O sonho de ganhar um campeonato importante motiva muitos de nós. Para ser um vencedor é preciso ser capaz de ver o futuro, e a única coisa que podemos saber sobre o futuro é que não vai ser como hoje. Coisas que são verdadeiras hoje em dia, podem não ser o mesmo amanhã, ou totalmente o oposto na verdade. A única coisa que sabemos com certeza é que haverá mudanças. Como um atleta de elite você tem que estar pronto para mudar seu futuro, pois você é a principal pessoa que tem o poder para fazer isto.